Que podemos fazer após o diagnóstico de cancro?
Para quem passou pela experiência de lidar com o cancro, após o tratamento a pergunta que surge imediatamente é: “Que posso eu fazer para reduzir as hipóteses de haver uma recidiva?”. Invariavelmente esta pergunta obtém como resposta um fragilizante “nada”! De facto esta resposta deriva de uma conceção errada da origem da doença quando ainda se pensa tratar-se de uma fatalidade sujeita a um golpe de sorte ou de azar para a qual nada contribui e nada posso fazer. Esta crença não corresponde de todo à verdade dos factos. A verdade é que esta doença depende na sua grande maioria de casos de fatores de risco diretamente ligados aos hábitos e estilo de vida. Os números oficiais são claros: 30 a 40% de todos os casos de cancro estão relacionados com hábitos alimentares e de exercício físico; outros 30% estão relacionados com o tabagismo; só nestas duas porções cerca de 70% de todos os cancros poderiam ser evitados caso se modificassem estes fatores de risco. Apenas 5 a 10% de todos os cancros estão relacionados com fatores hereditários.
Dito isto, percebemos a importância que tem a prevenção e a possibilidade que todos temos em contribuir na redução dos números epidémicos desta doença. No que diz respeito a sobrevivência temos igualmente um crescente número de evidências que vai-nos dando a real importância do que podemos fazer também para controlar o cancro após o diagnóstico. Vários estudos têm mostrado a importância do consumo de certos alimentos, tais como os legumes crucíferos ou a soja, na diminuição de risco de recidiva. Da mesma forma todas as evidência sugerem que o exercício físico também é eficaz não só a evitar a doença como a diminuir a probabilidade de recidiva após o diagnóstico. Segundo Colleen Doyle, especialista da American Cancer Society, “as evidências têm-se acumulado para uma série de cancros, mostrando que atingindo e mantendo um peso saudável, fazendo suficiente exercício físico e comendo uma dieta saudável pode reduzir as hipóteses de recidiva e aumentar a probabilidade de sobrevivência após o diagnóstico de cancro.”
Segundo o relatório Food, Nutrition, Physical Activity, and the Prevention of Cancer: a Global Perspective, desenvolvido pela WCRF e a AICR, o qual serve de base para as principais Instituições de saúde pública, o sobrevivente de cancro deveria seguir as mesmas recomendações para a prevenção da doença.
https://www.dietandcancerreport.org/expert_report/recommendations/index.php
Qualquer profissional de saúde que insista na ideia que pouco podemos fazer pela nossa saúde uma vez que tenhamos cancro, encontra-se desatualizado e incorre em perigo de negligência médica involuntária. Todas as principais Intituições de cancro neste momento baseiam-se nas mais recentes evidências para dar indicações claras acerca de prevenção e controlo da doença. O principal documento que reúne todo este corpo de conhecimento e traduz sob a forma de recomendações práticas, encontra-se na seguinte página: