Alimentos ricos em flavonoides como frutos vermelhos, maçãs ou chá poderão diminuir o risco de Alzheimer e demências relacionadas.
A doença de Alzheimer (DA) é caracterizada por uma degeneração progressiva dos neurónios, o que conduz a um declínio cognitivo severo. A patofisiologia da doença inclui a presença de duas proteínas – beta amiloides e proteína tau – agregadas em placas insolúveis e novelos neurofibrilares. Várias alterações metabólicas crónicas estão associadas com uma maior incidência de DA: hiperglicemia (tal como na diabetes), glicação e stress oxidativo. Uma vez que não existem tratamentos eficazes para prevenir ou atenuar significativamente a doença de Alzheimer e demências relacionadas (DADR) será necessário identificar fatores de risco modificáveis que possam diminuir o risco de DADR, entre os quais a dieta poderá ser importante (Rakesh et al., 2017; Hu et al., 2013). Por exemplo, a dieta Mediterrânica, um padrão alimentar de base vegetal que privilegia vegetais e frutos, tem o potencial de diminuir o risco de declínio cognitivo e DADR (Safouris et al., 2015; Anastasiou et al., 2017; Berti et al., 2018; Petersson & Philippou, 2016).
Parte dos benefícios destes alimentos devem-se à presença de uma classe de fitoquímicos chamados flavonoides, os quais encontram-se em abundância em alimentos vegetais e bebidas como frutos, vegetais, leguminosas, cacau e chá. Os flavonoides estão divididos em 6 subclasses de acordo com a sua composição química: flavonóis, flavanóis, flavanonas, flavonas, antocianinas e isoflavonas (Kozłowska & Szostak-Wegierek, 2014; Panche et al., 2016). Vários estudos epidemiológicos, pré-clínicos e clínicos têm mostrado benefícios para a saúde destes fitoquímicos pelas suas propriedades antioxidantes, antiangiogénicas e anti-inflamatórias. Além disso poderão ser protetores para a saúde cardiovascular ao melhorar a função endotelial (Carocho & Ferreira, 2013; Grosso et al., 2017; Bondonno et al., 2020; Williamson et al., 2018; Bondonno et al., 2015).
Alguns estudos em humanos de curta duração sugerem que alimentos ricos em flavonoides como cacau, mirtilos e laranja poderão ter efeitos benéficos na memória, atenção e função executiva. No entanto, esses resultados não podem ser extrapolados para o risco de DADR (Scholey et al., 2010; Field et al., 2011; Whyte & Williams, 2015; Barfoot et al., 2019; Alharbi et al., 2016; Lamport et al., 2016).
Um estudo prospetivo (Framingham Heart Study) que acompanhou 2801 participantes ao longo de quase 20 anos que procurou analisar a relação entre a ingestão de flavonoides na alimentação e o risco de DADR chegou aos seguintes resultados (Shishtar et al., n.d.):
- Uma ingestão elevada de flavonóis (ex.: maçãs, peras, cacau e chá) esteve associada a um risco 46% inferior de DADR;
- Uma ingestão elevada de antocianinas (ex.: mirtilos, morangos e uvas pretas) esteve associada a um risco 76% inferior de DADR;
- Uma ingestão elevada de polímeros de flavonoides (ex.: maçãs, pêras e chá) esteve associada a um risco 42% inferior de DADR;
- A associação foi semelhante para o risco de DA, com exceção dos polímeros de flavonoides.
Neste estudo, uma ingestão elevada de flavonoides foi o equivalente a cerca de 7 ½ chávenas de mirtilos ou morangos (antocianinas) por mês, 8 maçãs e pêras por mês (flavonóis) e 19 chávenas de chá por mês (polímeros de flavonoides). O estudo concluiu que a ingestão elevada a longo prazo de flavonoides poderá diminuir o risco de doença de Alzheimer e demências relacionadas, reforçando a importância da dieta para o risco dessas doenças.
Um dos mecanismos que poderá contribuir para o desenvolvimento da DA pode ser a formação de produtos de glicação avançada (AGEs). Os AGEs são compostos formados pela reação não-enzimática entre moléculas de açúcar e proteínas como a lisina ou a arginina. No corpo, a formação de AGEs dá-se em condições de hiperglicemia e/ou stress oxidativo. Os AGEs são formados continuamente no organismo, mas se existirem em grandes concentrações podem tornar-se patológicos.
Um estudo mostrou que nas etapas iniciais da DA, a glicação danifica uma proteína chamada fator inibitório de migração dos macrófagos (MIF), a qual tem um papel importante na resposta imunitária, regulação da insulina, stress oxidativo e controlo dos níveis de glicose. Depois de glicada, a MIF já não consegue estimular as células da glia, cujo papel passa por prevenir a acumulação de proteínas prejudiciais no cérebro. Enquanto a DA progride, a glicação da MIF aumenta, o que contribui para mais danos neuronais. Estas descobertas sugerem que a MIF possa ser a ligação molecular entre os níveis elevados de glicose, diabetes e doença de Alzheimer (Kassaar et al., 2017).
Embora uma dieta rica em alimentos e bebidas açucaradas possa contribuir para o desenvolvimento da DA, substituir esses produtos por outros com adoçantes artificiais poderá não oferecer vantagem. Um estudo que incluiu 4372 participantes, mostrou que aqueles que beberam pelo menos um refrigerante com adoçantes artificiais por dia tiveram um risco quase três vezes superior de desenvolver demência e AVC (Pase et al., 2017):
- Consumo superior de refrigerantes com adoçantes artificiais esteve associado a um risco 196% superior de AVC e um risco 189% superior de doença de Alzheimer.
Além dos AGEs se formarem em condições de excesso de açúcar no sangue, estão também naturalmente presentes em alimentos de origem animal crus. Alimentos de origem animal, ricos em proteína e gordura são naturalmente ricos em AGEs e produzem novos AGEs quando cozinhados. Os alimentos com menor concentração de AGEs são os vegetais, frutos, leguminosas, cereais integrais e leite, exceto quando cozinhados com gordura. Por ordem, os alimentos com maior concentração de AGEs depois de cozinhados são: carne de vaca, queijos, aves, porco, peixe e ovos. Os queijos gordos, mesmo quando não cozinhados, contêm grandes concentrações de AGEs. Uma dieta rica em AGEs é abundante em carnes, laticínios gordos e alimentos processados. Por outro lado, uma dieta pobre em AGEs tem abundância de vegetais, frutos, leguminosas, cereais integrais (URIBARRI et al., 2010).
Outros estudos têm mostrado os benefícios de uma alimentação rica em flavonoides. Um estudo prospetivo que acompanhou 53048 participantes ao longo de 23 anos, procurou identificar a relação entre o consumo de flavonoides e o risco de mortalidade por todas as causas, doença cardiovascular e cancro. Alguns resultados do estudo (Bondonno et al., 2019):
- Os participantes que ingeriram cerca de 500 mg por dia de flavonoides tiveram o risco mais baixo (17%) de mortalidade total. Acima dessas quantidades não se observaram efeitos;
- Para a mortalidade por doença cardiovascular o risco mais baixo (9%) observou-se com uma ingestão de 500 mg por dia de flavonoides;
- Para a mortalidade por cancro o risco mais baixo (14%) observou-se com uma ingestão de 1000 mg por dia de flavonoides;
- Os efeitos protetores dos flavonoides foram mais expressivos no caso daqueles que têm maior risco de doenças crónicas por fumarem ou beberem mais do que duas bebidas alcoólicas por dia.
Uma chávena de chá, uma maçã, uma laranja, 100 g de mirtilos e 100 g de brócolos seriam necessários para obtermos cerca de 500 mg de flavonoides, pelo que estas quantidades são facilmente obtidas através da alimentação. O estudo conclui que aumentar a ingestão de alimentos ricos em flavonoides poderá ser útil na diminuição da mortalidade, especialmente entre fumadores e consumidores de álcool (Bondonno et al., 2019).
Uma meta-análise a 22 estudos prospetivos mostrou que uma ingestão elevada de flavonoides esteve associada a uma diminuição de 26% no risco de mortalidade (Grosso et al., 2017).
Uma meta-análise a 12 estudos mostrou que uma ingestão elevada de flavonóis esteve associada a uma diminuição de 20% no risco de cancro do colon e uma ingestão elevada de flavonas esteve associada a uma diminuição de 18% no risco de cancro retal (Chang et al., 2018).
Uma meta-análise a 7 estudos mostrou que uma ingestão elevada de antocianinas esteve associada a uma diminuição de 40% no risco de cancro do esófago, uma ingestão elevada de flavonas esteve associada a uma diminuição de 22% no risco de cancro do esófago e uma ingestão elevada de flavanonas esteve associada a uma diminuição de 35% no risco de cancro do esófago (Cui et al., 2016).
Uma meta-análise a 32 estudos mostrou que uma ingestão elevada de flavonoides esteve associada a uma diminuição de 18% no risco de cancro do ovário (Hua et al., 2016).
Uma meta-análise a 14 estudos prospetivos mostrou que uma ingestão elevada de flavonoides esteve associada a uma diminuição do risco de doenças cardiovasculares (Wang et al., 2014).
Um estudo prospetivo com 2037 participantes acompanhados ao longo de 15 anos mostrou que uma dieta rica em flavonoides, especialmente laranjas, poderá diminuir o risco de degeneração macular. Consumir 1 ou mais laranjas por dia esteve associado a uma diminuição de 61% no risco de degeneração macular (Dighe et al., 2019).
A maioria dos flavonoides resiste bem ao calor e chega ao intestino delgado intacto, onde são absorvidos. As bactérias que colonizam o cólon são também importantes no metabolismo e absorção dos flavonoides. Em geral, estes fitoquímicos têm uma biodisponibilidade baixa devido a uma absorção limitada e eliminação rápida. Os flavonoides interferem com a absorção do ferro não-heme. Chá ou cacau não devem ser consumidos com a refeição, podendo inibir a absorção de ferro até 70%. Além disso, as proteínas do leite poderão diminuir a absorção de flavonoides do cacau ou do chá, podendo por exemplo diminuir a sua capacidade antioxidante e anular os benefícios cardiovasculares dos flavonoides presentes no chá (Gonzales et al., 2015; Xiao et al., 2011; Lorenz et al., 2007).
Alguns exemplos de alimentos ricos em flavonoides específicos:
- Antocianinas: Frutos silvestres, tais como amoras, framboesas, mirtilos ou morangos; uva preta;
- Flavanóis (flavan-3-ols): chás (em particular o chá verde), cacau, uvas, frutos vermelhos, maçãs, maçãs, frutos vermelhos, uvas pretas;
- Flavanonas: citrinos, tais como laranja, toranja ou limão;
- Flavonóis: cebolas amarelas, couve, brócolos, maçãs, frutos vermelhos, chás, etc.;
- Flavonas: salsa, tomilho, aipo, malaguetas;
- Isoflavonas: feijão de soja, alimentos à base de soja, leguminosas.
Uma dieta de base vegetal variada e colorida acompanhada de chá (longe da refeição para não inibir a absorção de ferro), é uma das melhores maneiras de aumentarmos a ingestão de flavonoides (e muitas outras coisas).
Referências:
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