Níveis elevados de insulina podem aumentar o risco de cancro da mama
De acordo com um estudo recente onde foram avaliadas 5450 mulheres, os níveis elevados de insulina no sangue poderão estar associados a um risco superior de cancro da mama em mulheres que já tenham tido a menopausa. Dos estudos que até hoje existem disponíveis, sabe-se que a obesidade e os diabetes estão relacionados com um maior risco de cancro da mama. Ambas as condições envolvem uma condição metabólica chamada de “resistência à insulina”. Esta condição surge quando as células deixam de ser sensíveis a essa hormona obrigando o pâncreas a produzi-la mais. Essa situação eventualmente leva à exaustão das células responsáveis pela produção de insulina, o que pode levar a desenvolver diabetes. Uma das consequências da resistência à insulina passa por haver níveis superiores de insulina em circulação no sangue. Esta importante hormona para o metabolismo energético do organismo, promove a divisão celeular e o crescimento dos tecidos, inibe a apoptose, observando-se o crescimento do cancro da mama em modelos animais.
No estudo desenvolvido pela equipa liderada pelo Dr. Geoffrey Kabat dividiram-se as participantes em 3 grupos, baseados nos seus níveis de insulina. As mulheres que pertenciam ao grupo com índices superiores de insulina mostraram ter duas vezes mais probabilidades de desenvolver cancro da mama quando comparadas com aquelas que pertenciam ao grupo com índices inferiores. Um dos resultados surpreendentes terá sido o facto desse risco ser superior em mulheres magras, o que torna a insulina um fator de risco independente da obesidade. Até agora julgou-se que seria esta condição que estaria associado a um aumento de risco de cancro da mama.
O estudo conclui alertando para o facto de serem necessários mais estudos para confirmar estes resultados. No entanto, estes dados sugerem que níveis elevados de insulina poderão ser um fator de risco para o cancro da mama. As recomendações passam por manter um peso saudável e praticar exercício físico de forma a reduzir os níveis de insulina.
Poderíamos acrescentar que uma dieta rica em alimentos de origem vegetal e cereais integrais com baixo índice glicémico pode ser útil a diminuir o risco da doença. As células de cancro além de produzirem energia exclusivamente a partir de glicose (através da glicólise), têm na sua superfície mais recetores de insulina do que uma célula saudável, de forma a obterem todo o combustível necessário para o seu desenvolvimento. Este princípio de precaução em relação ao consumo de alimentos de causem um aumento dos níveis de insulina será provavelmente benéfico para muitos outros tipos de cancro. Além de contribuir para diminuir o risco de outras doenças associadas, tais como as doenças cardiovasculares e os diabetes.
Estudo completo: